20070708

"Requiem para o Navegador Solitário"



[...]

levava uma esteira para o meio do terreiro e deitava-se nela à espera que aparecessem as primeiras estrelas do firmamento. Nunca, por alguma vez, chegou a fazer uma contagem completa, ou porque entranto adormecia, ou porque aconteciam coisas estranhas. Foi avisado pelos mais velhos de que no dia em que completasse a contagem, morreria. Não consta que o próprio tivesse demorado a somar os pequenos pontos luminosos que enchiam o firmamento para prolongar o seu tempo de vida. [...]


Todas as noites apareciam novas estrelas, brilhantes, enquanto outras se apagavam. No universo ninguém escapa à roda giratória da sucessão. Mas o que dificultava a contagem eram as que nunca tinham pouso certo.[...]
Um autor timorense...a LER!
como Ruy Cinatti...ou Fernando Sylvan...

4 comentários:

Ema Pires disse...

Isto fazia eu exactamente quando andava pelo deserto do Sahara aí em Marrocos. Nunca tentei contar as estrelas, só olhar a sentirme muito, muito pequenina nessa imensidade. Pensava se havia outras vidas por aí longe; distâncias que nem podemos imaginar.
Sozinha com os meus pensamentes e longe do barulho do mundo.
Beijinhos

avelaneiraflorida disse...

Gostaria muito de estar num deserto...acho que a VIDA faria aí todo o seu sentido!
Pode ser que um dia...

Bjks, amiga EMA!

papagueno disse...

Não conheço, obrigado pela sugestão.

avelaneiraflorida disse...

Também estou a descobrir...

São as vantagens de partilhar com os AMIGOS que aqui me encontram!!!!!