O PERFUMISTA

BLONDIE, o que é prometido é devido... AQUI ESTÁ ELE!!!!!

Transcrevo um pouco das notas que acompanham a edição deste romance:

Um homem apaixona-se por uma mulher. Não pelos seus olhos, não pelos seus cabelos, mas pelo seu cheiro. É o perfumista de Almorim.

Quando na Europa deflagra a 1ª Guerra Mundial, o homem integra o Corpo Expedicionário Português que vai combater na Flandres. Algum tempo depois chega a notícia de que morreu na Batalha de La Lys.

No entanto, um dia o barco da carreira que sobe o Guadiana traz um homem que diz ser o perfumista. A febre pneumónica tinha feito muitas vítimas: a mulher, os amigos, muitas pessoas da vila haviam morrido. Não fala com ninguém, fecha-se em casa a criar perfumes, cujos aromas enlouquecem as mulheres e os homens, alterando a vida de Almorim.

Sobre o autor:

Joaquim Mestre vive no Alentejo, ermo a que alguns chamam a sua casa e onde as pessoas andam com o sol nas mãos e a lonjura no olhar. Vive num monte onde tem uma vinha e sonha um dia fazer um grande vinho [...]

Só me resta dizer...que estou a ler e a GOSTAR MUITO!

As pessoas não sabem...

As pessoas não sabem, mas ele conhece e sente todos os toques da noite e do dia, do sol e da lua, da chuva e do vento, do orvalho e da terra que amadurecem um fruto. As pessoas não sabem, mas ele sabe e sente que entre o amanhecer e a noite há tudo o que cabe em cada segundo, em cada minuto, em cada hora que se fazem os dias. As pessoas não sabem, mas ele sabe e sente que entre a nascente e a foz há muito rio, e seixos redondos e lisos e areias de todas as cores e peixes de todas as espécies e águas de todas as qualidades. As pessoas não sabem, mas ele sabe e sente que um risco é mais, muito mais, do que a vontade que inicia o risco e a decisão que o termina. As pessoas não sabem, mas ele sabe e sente que entre o rapaz que é e o homem que querem que ele seja há muitas luas, sóis, chuvas, ventos, orvalhos, horas, minutos, segundos, rios, seixos, redondos e lisos, areias, peixes, águas, vontades, decisões.

[...]

Joaquim Mestre, editora Oficina das Letras

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