Como Händel escutas a música da água
para possuí-la. É tua por um instante de suprema claridade.
Ofereces essa música ao poema, reconheces a água
como ventre de todas as palavras.
No teu pulso não há gritos, apenas o brilho
e a jura das abelhas.Recados para o sol.
As tuas mãos entram devagar sob a cascata de sons,
elevas o silêncio à boca cristalina
onde a pomba reconhece as sementes do céu.
São frutos da água os pomos de oiro, as pequenas palavras.
São risos de enseada. Partitura
para a inacabada sinfonia da árvore, obra
maior, primeiro movimento.
Joaquim Pessoa, À Mesa do Amor
Imagem (C) JT Winick
10 comentários:
lindo este poema de Joaquim Pessoa, ainda dentro do tema da música.
Beijinhos
A água, fonte de toda vida, sopa primordial. Qualquer lugar onde haja água é uma sinfonia para os sentidos.
Beijinhos
...o poema é uma forma sublime de comunicar...
Não tenho aparecido mas não estou longe.
Hoje passei perto, o suficiente para ver as (tantas!...) coisas bonitas que nos tens dado.
Obrigado, Avelã!
olá avelaneiraflorida
vê-se neste poema a viva palpitar na sua primordial essência ... todos esses ingredientes combinados de forma magistral, resultam nesta bela composição.
boa escolha, como de costume
bj monge
Papagueno,
a música e as palavras são um todo!!! Caso contrário a expressão ALEGRIA deixava de fazer sentido...
Bjks
Querida Ema,
Não consigo viver sem água...nem que seja apenas nas palavras!!!!
Bjks
José Manuel Dias,
Bem Vindo a este cantinho...
Sim, aqui espero todos os que queiram comunicar!!!
VOlte sempre!
Méon,
As férias sabem tão bem...não é??????
Tás perdoado!!!!
Bj
Monge,
a escolha do autor não é totalmente ao acaso! Tenho lido coisas tão bonitas dele...que hoje,ao olhar para a manhã, achei que era um bom dia para o deixar aqui!!!!!
Bjks
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