20070810

Fresta


Em meus momentos escuros

Em que em mim não há ninguém,

E tudo é névoas e muros

Quanto a vida dá ou tem,


Se, um instante, erguendo a fronte

De onde em mim sou soterrado,

Vejo o longínquo horizonte

Cheio de sol posto ou nado,


Revivo, existo, conheço;

E, inda que seja ilusão

O exterior em que me esqueço,

Nada mais quero nem peço:

Entrego-lhe o coração.


Fernando Pessoa, Ficções do Interlúdio
Imagem (C) Jean Nevin

4 comentários:

Mário Margaride disse...

Querida amiga,

Sou, existo, e vivo "morto"
Não pensem que é ilusão!
Se dentro de mim existe
E batendo muito triste
Um carente coração.

Bom fim de semana

Beijinhos

papagueno disse...

Uma fresta de esperânça.
Beijinhos e bom fim-de-semana.

avelaneiraflorida disse...

Amigo Mário,
O nosso coração sente...ou não!!!!
Mas...Felizes os que sentem, ainda que sintam coisas tristes!!!
UM BOM FIM DE SEMANA!!!!
Bjks

avelaneiraflorida disse...

Sim, Papagueno!!!!
A esperança ...SEMPRE!
apesar de tudo poder indicar o contrário!!!!!
UM BOM FIM DE SEMANA!!!!
Bjks