Não resisto a deixar aqui, completas, as poesias que iniciei no anterior post...
A primeira, uma cantiga de Amor, em que o poeta se dirige à sua Amada (senhor), é de uma beleza serena, intemporal...
Senhor genta,
Senhor genta
mi tormenta
voss'amor en guisa tal
que tormenta
que eu senta
outra non mé ben nen mal,
mais la vossa m'é mortal:
Leonoreta,
fin roseta,
bela sobre toda fror,
fin roseta,
non me meta
en tal coita voss'amor!
Das que vejo
non desejo
outra senhor se vós non,
e desejo,
tan sobejo,
mataria um leon,
senhor do meu coraçon:
Leonoreta,
fin roseta,
bela sobre toda fror,
fin roseta
non me meta
en tal coita voss'amor!
Mia ventura
en loucura
me meteo de vos amar;
é loucura,
que me dura,
que me non posso quitar,
ai fremosura sen par:
Leonoreta,
fin roseta,
bela sobre toda fror,
fin roseta,
non me meta
en tal coita voss'amor!
João Lobeira (CNB 228)
genta - gentil, formosa
fin roseta - perfeita rosinha
quitar - apartar, deixar, libertar
coita - sofrimento
2 comentários:
Belas cantigas de Amor, uma delícia a poesia medieval. E "bailemos so aquestas avelaneiras frolidas".
Beijinhos.
BEM REGRESSAdo, Papagueno!!!!
É verdade... a poesia medieval é LINDA!!!!
E as bailias não são as únicas que me inspiram...
Bjks
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