20070823

A ESTRADA BRANCA


Atravessei contigo a minuciosa tarde

deste-me a tua mão, a vida parecia

dificil de estabelecer

acima do muro alto


folhas tremiam

ao invisível peso mais forte


Podia morrer por uma só dessas coisas

que trazemos sem que possam ser ditas:

astros cruzam-se numa velocidade que apavora

inamovíveis glaciares por fim se deslocam

e na única forma que tem de acompanhar-te

o meu coração bate.


José Tolentino de Mendonça, A Estrada Branca (1965)

6 comentários:

veritas disse...

Por vezes, as coisas mais belas são aquelas que nos fazem escamotear as palavras...porque simplesmente às vezes apenas queremos sentir, nada mais...
Nomeei-te para o "Blog 5 estrelas".Passa no meu cantinho.

Bjs.

avelaneiraflorida disse...

Veritas,

lá fico eu toda atrapalhada!!!! Fico sem palavras para agradecer a tua generosidade!!!
Bjks

fatimablogspot.com disse...

Que bonita poesia!
Adorei ler...
Obrigada por este lindo momento!
:)

avelaneiraflorida disse...

Fatima,
bem vinda a este cantinho!!!!
Ainda bem que quem me visita gosta do que aqui encontra...
Volta sempre!!!!
Bjks

papagueno disse...

Lindo poema e mais um poeta tão esquecido.
Beijinhos

avelaneiraflorida disse...

Papagueno,
mas já andei a "investigar"...como não podia deixar de ser!!!!!
Em breve vou ter aqui uma antologia que vem a caminho...
Depois eu mostro!!!!!
Bjks