Povoa este deserto
Com sua guitarra
Ou com harpas de areia
Palavras silabadas
Vêm uma a uma
Na voz da guitarra
A música do ser
Interior ao silêncio
Cria seu próprio tempo
Que me dá morada
Palavras silabadas
Unidas uma a uma
Às paredes da casa
Por companheira tenho
A voz da guitarra
E no silêncio ouvinte
O canto me reúne
De muito longe venho
Pelo canto chamada
E agora de mim
Não me separa nada
Quando oiço cantar
A música do ser
Nostalgia ordenada
Num silêncio de areia
Que nunca foi pisada
Sophia de Mello Breyner Andresen , Cem Poemas de Sophia
4 comentários:
Poema lindo!
Comecei a ler sem saber o autor e fui "sentindo" de quem era.
Obrigado
Sophia...SEMPRE!
"De muito longe venho
Pelo canto chamada
E agora de mim
Não me separa nada"
***
O canto...sim!!!
Sophia sabe do que fala...
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