20070620

Bach Segóvia guitarra


A música do ser
Povoa este deserto
Com sua guitarra
Ou com harpas de areia
Palavras silabadas
Vêm uma a uma
Na voz da guitarra
A música do ser
Interior ao silêncio
Cria seu próprio tempo
Que me dá morada
Palavras silabadas
Unidas uma a uma
Às paredes da casa
Por companheira tenho
A voz da guitarra
E no silêncio ouvinte
O canto me reúne
De muito longe venho
Pelo canto chamada
E agora de mim
Não me separa nada
Quando oiço cantar
A música do ser
Nostalgia ordenada
Num silêncio de areia
Que nunca foi pisada
Sophia de Mello Breyner Andresen , Cem Poemas de Sophia

4 comentários:

Joaquim Moedas Duarte disse...

Poema lindo!
Comecei a ler sem saber o autor e fui "sentindo" de quem era.
Obrigado

avelaneiraflorida disse...

Sophia...SEMPRE!

Inês disse...

"De muito longe venho
Pelo canto chamada
E agora de mim
Não me separa nada"


***

avelaneiraflorida disse...

O canto...sim!!!

Sophia sabe do que fala...