Foi um dia de inúteis agonias.
Dia de sol, inundado de sol!...
Fulgiam nuas as espadas frias...
Dia de sol, inundado de sol!...
Foi um dia de falsas alegrias.
Dália a esfolhar-se, - o seu mole sorriso...
Voltavam os ranchos das romarias.
Dália a esfolhar-se, - o seu mole sorriso...
Dia impressível mais que os outros dias.
Tão lúcido...Tão pálido...Tão lúcido!...
Difuso de teoremas, de teorias...
O dia fútil mais que os outros dias!
Minuete de discretas ironias...
Tão lúcido...Tão pálido...Tão lúcido!...
Camilo Pessanha
8 comentários:
Sempre tão estranho, este poeta. Parece falar de compartimentos da alma que são como quartos escuros. Mas onde reconhecemos móveis antigos, odores familiares e esquecidos.
As repetições têm um efeito perturbante. As oposições de sentido, tudo contribui para esta sensação de abismo...
Há muito que não ia Camilo Pessanha. Vou pegar nele, deste-me uma boa lembrança, Avelã.
Uma boa leitura!
A maior estranheza foi não ter reconhecido este poema. Acabo de verificar que a minha edição da Clepsidra não o tem (7ª edição das Edições Ática, 1992).
Onde o encontraste?
Nos meus apontamentos...
É lindo este poema. É de facto perturbante, mas tem qualquer coisa de familiar. Reconhecemos os nossos sentimentos nele.
Bjs
É verdade, Blondie!
Bjks
gosto tanto daquele guarda-chuva pequenino a contrastar com o azul...*
Este site que está na imagem tem coisas belíssimas, Inês!!!!
Vale a pena espreitar...
Enviar um comentário