20070625


Foi um dia de inúteis agonias.
Dia de sol, inundado de sol!...
Fulgiam nuas as espadas frias...
Dia de sol, inundado de sol!...
Foi um dia de falsas alegrias.
Dália a esfolhar-se, - o seu mole sorriso...
Voltavam os ranchos das romarias.
Dália a esfolhar-se, - o seu mole sorriso...
Dia impressível mais que os outros dias.
Tão lúcido...Tão pálido...Tão lúcido!...
Difuso de teoremas, de teorias...
O dia fútil mais que os outros dias!
Minuete de discretas ironias...
Tão lúcido...Tão pálido...Tão lúcido!...
Camilo Pessanha

8 comentários:

Joaquim Moedas Duarte disse...

Sempre tão estranho, este poeta. Parece falar de compartimentos da alma que são como quartos escuros. Mas onde reconhecemos móveis antigos, odores familiares e esquecidos.
As repetições têm um efeito perturbante. As oposições de sentido, tudo contribui para esta sensação de abismo...
Há muito que não ia Camilo Pessanha. Vou pegar nele, deste-me uma boa lembrança, Avelã.

avelaneiraflorida disse...

Uma boa leitura!

Joaquim Moedas Duarte disse...

A maior estranheza foi não ter reconhecido este poema. Acabo de verificar que a minha edição da Clepsidra não o tem (7ª edição das Edições Ática, 1992).

Onde o encontraste?

avelaneiraflorida disse...

Nos meus apontamentos...

Blondie disse...

É lindo este poema. É de facto perturbante, mas tem qualquer coisa de familiar. Reconhecemos os nossos sentimentos nele.
Bjs

avelaneiraflorida disse...

É verdade, Blondie!
Bjks

Inês disse...

gosto tanto daquele guarda-chuva pequenino a contrastar com o azul...*

avelaneiraflorida disse...

Este site que está na imagem tem coisas belíssimas, Inês!!!!

Vale a pena espreitar...