As vacas tresmalhadas pelo asfalto
da cidade, fazem fugir quem passa.
Amarelo...Vermelho! Uma atravessa,
É apanhada, seco, dá um salto,
desentranha um mugido e, abatida,
põe nos olhos mansíssimos a vida.
Que pascigo escolheste, amável bicho?
se não fora o olhar, já eras lixo.
Vaca malhada tresmalhada, vaca
de leite em sangue, atormentado nó
pulsando no asfalto, agora saca
dos misérrimos bofes o seu muuuu
derradeiro. Já sem dor ou protesto,
é da cidade a vaca mais um resto.
Alexandre O' Neill, Poesias Completas
5 comentários:
Para ajudar a desembrulhar:
http://www.thethinkingblog.com/2007/02/thinking-blogger-awards_11.html
Depois da nomeação é só escolher 5 blogues que te façam pensar, que admires ou que simplesmente gostes de visitar.
Honrada pela distinção!!!
Vou tentar desembrulhar-me!!!
"Brigados"
De nada, há pouco nem reparei, genial, este poema do O'Neill
Que grande "vacada"!
Excelente a conjugação texto / bonecos. Só possível com investigação, relacionação, - CULTURA!
Não, apenas "provocação"...
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