20070429

Uma vez, enchi a minha mão de bruma

Uma vez, enchi a minha mão de bruma.
Quando a abri, a bruma era uma larva.
Voltei a fechar a mão, e então era um pássaro.
E fechei e abri novamente a mão,
e na sua palma encontrava-se um homem
de rosto triste, virado para o céu.
Mais uma vez fechei a mão,
e quando a abri já só havia bruma.
Mas escutei uma canção de doçura extrema.
Kahlil Gibran, Areia e Espuma

4 comentários:

Nómada disse...

Kahlil Gibran: de vez em quando volto a "O Profeta". Não conhecia este...
Há uma ressonância sábia entre poesia e sabedoria. É isso que me agrada nele.

Este poema é muito bonito!

avelaneiraflorida disse...

O mundo da sabedoria é tão extenso...

mas é tão gratificante escolher algo que possamos partilhar!!!

papagueno disse...

Canções doces e uma mão cheia de bruma, uma mão cheia de sonhos. Uma boa semana para ti.

avelaneiraflorida disse...

Se os sonhos se tornarem na nossa luz a caminhada é menos penosa!!!

E a semana...torna-se apenas algumas horas...

bjks