20051029
Há amigos que estão sempre presentes!!!
Árvores intensas Casas de trapo
Chilreia a chuva Coxeia a cama
Frutos votivos Cal calejada
Ponte romana
Luiza Neto Jorge, Poesia
20051027
20051025
demasiada tensão...
Imagem© Albert renger-Patzsch
Mais dia menos dia acabo assim...
(e não vão ser necessários Decretos-Lei nem Portarias)
20051024
Para peregrino
A bailarina russa
Uma bailarina russa que tinha sessenta anos e ensinava dança pelas escolas, foi seguida por um jovem, seduzido por sua figura esguia e arrebatadora.
Para não ser alcançada, correu até casa e, ofegante, fechou-se no apartamento. A filha jovem interrogou-a sobre o sucedido.
" Uma coisa extraordinária", responde a velha mãe. "Um rapaz seguiu-me e eu não quis que descobrisse meu rosto para não o desiludir com a minha idade. Vê pela janela se ele ainda está no passeio".
A filha foi à janela e, sobre a estrada, depara com um velho que olhava para cima.
Tonino Guerra, Histórias para Uma Noite de Calmaria ( trad. de Mário Rui de Oliveira)
Words...
you locked your heart
you wake up with tears and stars in your eyes
you gave it all to someone that
cannot love you back
your days are packed
with wishes and hopes for the love that you've got
you waste it all to someone that
cannot love you back
someone that cannot love
love, ain't this enough?
you push yourself down
you try to take confort in words
but words
they cannot love
don't waste them like that
cus they'll bruise you more
you secretly made
castles of sand that you hide in the shade
but you cannot hold the tides that break them
and you build them all over again
you talk all these words
you make conversations that cannot be heard
how long until you notice that
no one is answering back
someone that cannot love
Love, ain't this enough?
you push yourself down
you try to take confort in words
but words
they cannot love
don't waste them like that
cus they'll bruise you more
Love, love, ain't this enough?
this pushing around
to find little confort in words
but words
they cannot love
don't waste them like that
cus the'll bruise you more
you know they'll bruise you more
words they willhurt you more
(C) Lyrics by David Fonseca
you wake up with tears and stars in your eyes
you gave it all to someone that
cannot love you back
your days are packed
with wishes and hopes for the love that you've got
you waste it all to someone that
cannot love you back
someone that cannot love
love, ain't this enough?
you push yourself down
you try to take confort in words
but words
they cannot love
don't waste them like that
cus they'll bruise you more
you secretly made
castles of sand that you hide in the shade
but you cannot hold the tides that break them
and you build them all over again
you talk all these words
you make conversations that cannot be heard
how long until you notice that
no one is answering back
someone that cannot love
Love, ain't this enough?
you push yourself down
you try to take confort in words
but words
they cannot love
don't waste them like that
cus they'll bruise you more
Love, love, ain't this enough?
this pushing around
to find little confort in words
but words
they cannot love
don't waste them like that
cus the'll bruise you more
you know they'll bruise you more
words they willhurt you more
(C) Lyrics by David Fonseca
Imagem(C) P.Horst
E quem nunca amou... que atire a primeira pedra!!!!!!
20051023
Para E.G.
Os três amigos de sempre,
os três amigos de Job,
vieram ver-me.
[...] Miguel Torga, Cantar de Amigo
Imagem (C) P. Horst
Não sei a quantas ando...
Neste mundo, uma vida é planeada em função da luz. Uma pessoa nascida ao pôr do sol passa a primeira metade da sua existência de noite, aprende ofícios de interior, como a tecelagem e a relojoaria, lê muito, torna-se um intelectual, come muito, tem medo da escuridão nos espaços abertos, cultiva as sombras. Uma pessoa nascida ao nascer do sol aprende ocupações de ar livre, como a agricultura e a alvenaria, torna-se físicamente forte, não se interessa por livros, nem projectos intelectuais, é alegre e confiante, não tem medo de nada.
Quando há mudança de luz, tanto os filhos do sol-pôr, como os do nascer do sol, passam um mau bocado.[...]
Alan Lightman, Os Sonhos de Einstein
Porque nunca ninguém foi capaz de me dizer a hora exacta em que nasci, divido-me entre o ser e o não ser, metade lua , metade sol, ofuscada na luz e sombreada de escuridão!
20051022
Hoje estou do contra!
20051019
Um instante de poesia...
A saudade toma forma: pinheiros verdes,
na montanha longínqua que me tapa a vista,
a flutuarem numa névoa
de lágrimas.
Saiónji Sanekane
in Rosa do Mundo, 2001 Poemas para o Futuro
Fazes-me falta velha Lisboa! Sinto saudades das tuas ruas.Das janelas que nos contemplam! Do teu cheiro ao entardecer, mistura de sons e sombras apressadas...
Sinto a falta das certezas que me deste! Dos sonhos que ajudaste a crescer...
Não quero deixar
perder-te em mim!
20051017
Para voltar a ler...
Diz-me do teu rosto empedernido
Conta-me, devagar
De que matéria é a poeira que agora ainda
Assenta nos teus olhos?
O que é que está do avesso?
Escondido, cravado na sombra da memória?
Quantas vezes o rio galgou as margens?
Quantas vezes depois da raiva
Fechaste a porta e tudo desabou?
Ainda lembras? E ao lembrar?
Dói? Abriu-se alguma luz que te cegou?
ou não
[...] Álvaro Domingues, in Publico,12/Out/2005
Reabra-se o jornal e reencontre-se o Adormecimento de Maria Augusta...A redescoberta de um interessante Espaço Público, no meio dos afazeres stressantes, do quotidiano sem tempo, da preguiça modorrenta dos dias!
Imagem (C ) Vania Toledo
Conta-me, devagar
De que matéria é a poeira que agora ainda
Assenta nos teus olhos?
O que é que está do avesso?
Escondido, cravado na sombra da memória?
Quantas vezes o rio galgou as margens?
Quantas vezes depois da raiva
Fechaste a porta e tudo desabou?
Ainda lembras? E ao lembrar?
Dói? Abriu-se alguma luz que te cegou?
ou não
[...] Álvaro Domingues, in Publico,12/Out/2005
Reabra-se o jornal e reencontre-se o Adormecimento de Maria Augusta...A redescoberta de um interessante Espaço Público, no meio dos afazeres stressantes, do quotidiano sem tempo, da preguiça modorrenta dos dias!
Imagem (C ) Vania Toledo
20051015
um momento...
Lavando a areia no rio
A mão rolou a pérola para alcançar o gancho de jade,
Como antes a aversão à primavera aprisionou-me de novo no
sótão.
Quem será o mestre da queda da flor no vento?
Penso melancolicamente.
O pássaro azul não transmite mensagem além das nuvens,
As flores de lilás desabrocham em vão no tormento da chuva
Vejo as ondas verdes, através dos três desfiladeiros, no crepúsculo,
Correndo ao encontro do céu.
trad. Li Ching in Rosa do Mundo, 2001 Poemas para o Futuro
Imagem(C) WILMA SLOMP
20051014
Na véspera de fim de semana!!!!
Imagens (C) WWW.asterix.tm.fr
Nada melhor que ficar à espera de uma nova aventura...daquela célebre aldeiazinha gaulesa!!!!!
No fim de semana....aproveitar e partilhar as loucuras da nova AVENTURA!!!
Nada melhor que ficar à espera de uma nova aventura...daquela célebre aldeiazinha gaulesa!!!!!
No fim de semana....aproveitar e partilhar as loucuras da nova AVENTURA!!!
20051013
para T.O.
É frio o vento do norte;
E tomba grande nevada.
Quem por bem é meu amigo,
De mãos dadas vem comigo.
Por toda a parte só pântanos
Só resta, pois, ir depressa.
Zunindo vai a nortada;
E a neve tomba a valer.
Quem por bem é meu amigo,
De mãos dadas, e voltar!
Por toda a parte só pântanos.
Só resta, pois, ir depressa.
Vermelhas só as raposas,
Nem há negro como os corvos.
Quem por bem é meu amigo,
De mãos dadas, já p'ra os carros!
Por toda a parte só pântanos.
Só resta, pois, ir depressa.
Trad. Joaquim Guerra
in ROSA DO MUNDO,2001 Poemas para o Futuro
20051012
histórias da vida e do amor
A noite se antecipou. Os homens ainda não a esperavam quando ela desabou sobre a cidade em nuvens carregadas. Ainda não estavam acesas as luzes do cais, no Farol das Estrelas não brilhavam ainda as lâmpadas pobres que iluminavam os copos de cachaça, muitos saveiros ainda cortavam as águas do mar, quando o vento trouxe a noite de nuvens pretas.
Os homens se olharam e como que se interrogavam. Fitavam o azul do oceano a perguntar donde vinha aquela noite adiantada no tempo. Não era a hora ainda. No entanto, ela vinha carregada de nuvens, precedida do vento frio do crepúsculo, embaciando o Sol, como num milagre terrível. [...]
Mar Morto - Jorge Amado
20051011
Tempo que não aconteceu
Dai-me um dia branco, um mar de beladona
Um movimento
Inteiro, unido, adormecido
Como um só momento.
Eu quero caminhar como quem dorme
Entre países sem nome que flutuam.
Imagens tão mudas
Que ao olhá-las me pareça
Que fechei os olhos.
Um dia em que se possa não saber.
Intervalo II - Sophia de Mello B. Andersen
Abyss (C) Victoria Sheridan
Um movimento
Inteiro, unido, adormecido
Como um só momento.
Eu quero caminhar como quem dorme
Entre países sem nome que flutuam.
Imagens tão mudas
Que ao olhá-las me pareça
Que fechei os olhos.
Um dia em que se possa não saber.
Intervalo II - Sophia de Mello B. Andersen
Abyss (C) Victoria Sheridan
20051010
Hoje
Para a EVA
Está hoje um dia de vento e eu gosto do vento
O vento tem entrado nos meus versos de todas as maneiras e
só entram nos meus versos as coisas de que gosto
O vento das árvores o vento dos cabelos
o vento do inverno o vento do verão
O vento é o melhor veículo que conheço
Só ele traz o perfume das flores só ele traz
a música que jaz à beira-mar em agosto
[...] RUY BELO
20051009
Primeiras gotas....
Chegaram, enfim!
Orvalhando os sentidos...despertando odores dormentes de tanto esperar!!!
Leves, fugidias.
Acenos envergonhados de uma torrente maior....
A espera,
a espera inquieta sobressalta os rios.
A propósito...
Na curva do rio deixo a alma rasa
Espero a maré cheia quando a maré vaza
Orvalhando os sentidos...despertando odores dormentes de tanto esperar!!!
Leves, fugidias.
Acenos envergonhados de uma torrente maior....
A espera,
a espera inquieta sobressalta os rios.
A propósito...
Na curva do rio deixo a alma rasa
Espero a maré cheia quando a maré vaza
a saudadeNa curva do rio domino a cidadeDe dentro da alma excomungo
Na curva do rio soturnas as águas
Soletro ansiedade materna das mágoas
Na curva do rio sereno medito
Expulso o passado no silêncio de um grito
Na curva do rio tanto amor se sente
Em esteiros remanso no futuro ausente
Na curva do rio adoço o poema
De amargas azedas e dor de açucena
Na curva do rio indeciso de ser
Se esta dor constante
Se mar até ver
Gil Monteiro,2003
20051008
Em ritmo de nostalgia
Durou muitos anos, aquele verão.
Crescíamos sem pressa com o trigo
e as abelhas. Com o sol
corríamos para a água, à noite
num verso de Shakespeare ou
na nossa boca uma estrela dançava.
Aprendíamos a amar, aprendíamos
a morrer. A todos os sentidos
pedíamos para escutar o rumor,
não do mundo, que ninguém abarca,
apenas da brancura de uma folha
e outra folha de papel.
Eugénio de Andrade
20051006
20051005
Amanhecer...
20051004
Tarde de Outono
A segurança destas paralelas
- a beira da varanda e o horizonte;
assim me pacifico, e é por elas
que subo lentamente cada monte.
(...) Pedro Tamen
20051003
Este lado...
Mesmo que as estrelas se alterem,
a curva do mundo se desvie, os receios antigos renasçam...
Ainda que o ontem seja a margem do amanhã,
sem ponte entre o presente e o agora,
persistes...dentro de ti.
Por todos,
e
por cada um
que inicia o caminho,
deixando nos teus olhos o rasto
da inexorável solidão.
Imagem (C) Sebastião Salgado
Igualmente... OCULTO!
Hoje, em dia de encontros e desencontros Astrais...
Senhor[a], partem tão tristes
Meus olhos, por vós, meu bem,
Que nunca tão tristes vistes
outros nenhuns por ninguém.
[...]
Como nos teus tempos , meu velho João Roiz de Castelo Branco!!!!
20051002
A noite chega...Um dia após o outro!!!
O sagrado tem caules e tem raízes,
É uma presença muda e vegetal...Folhas - línguas discretas
Que nem mesmo os poetas
Devem ouvir...
A sombra do silêncio a revestir
Os gestos rituais
Dos ramos, que são braços actuais
A receber o tempo que há-de vir.
Iniciação - Miguel Torga
E alegre se fez o dia...
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