Floresce, na orilha da campina,
esguio ipê
de copa metálica e esterlina.
Das mil corolas,
saem vespas, abelhas e besouros,
polvilhados de ouro,
a enxamear no leste, onde vão pousando
nas piritas que piscam nas ladeiras,
e no riso das acácias amarelas.
Dos charcos frios
sobem a caçá-los redes longas,
lentas e rasgadas de neblina.
Nuvens deslizam, despetaladas,
e altas, altas,
garças brancas planam.
Dançam fadas alvas,
cantam almas aladas,
na taça ampla,
na prata lavada,
na jarra clara da manhã...
João Guimarães Rosa
2 comentários:
És como os passarinhos, Avelã:sais cedo do ninho. Ainda não eram sete horas e já andavas pelas imagens do Alentejo...
Fiz bem em ter feito serão ontem à noite, estava a adivinhar...
a manhã é boa conselheira!!!!
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