Bóiam leves, desatentos,
Meus pensamentos de mágoa,
Como, nos sono dos ventos,
As algas, cabelos longos
Do corpo morto das águas.
Bóiam como folhas mortas
À tona de águas paradas.
São coisas vestindo nadas,
Pós remoinhando nas portas
Das casas abandonadas.
Sono de ser, sem remédio,
Vestígio do que não foi,
Leve mágoa, breve tédio,
Não sei se pára, se flui;
Não sei se existe ou se dói.
Fernando Pessoa
Imagem(C) Johann Fournier
8 comentários:
Lembro-me de ter dado este poema na escola...
é muito bonito., assim como o relógio de parede...
Excelente escolha para a noite de hoje
Beijos
Venho desejar-te uma boa semana.
E como estou assim como os pensamentos de Fernando Pessoa neste poema, fico com os versos e com eles me vou, sem saber "...se existe ou se dói."
Amiga,
desatentamente, ouvindo a chuva a cair, poderá ser uma boa forma de destressar...
Beijos
Amiga Maria,
a chuva limpa as palavras...
bjkas!
Querida Brancamar,
Também uma boa semana para ti, Brigados!
Bjkas!
Querida Carminda,
ou de deixar o tempo esquecer...
Bjkas!!!!
Que esta chuva leve as mágoas todas.
Bjks
Oxalá, amigo Papagueno!!!!
Bjkas!
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