Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.
Carlos Drummond de Andrade,
Ausência
Imagem retirada de Google Images
10 comentários:
os poetas dizem estas coisas maravilhosas, às vezes crueis; só eles as sabem dizer assim. Bem vinda a poesia brasileira. Para alêm de Andrade tenho uma admiração inesgotável por Manuel Bandeira, um pouco esquecido entre nós.
Caro Luís,
e como não deixar transparecer a "crueldade" de uma ausência?????
Manuel Bandeira é de facto outro dos grandes fazedores de sentires!!! Acho que vou aproveitar a "dica", BRIGADOS!!!!
podemos sentir ausência de tudo
menos de nós mesmos, isso é terrível
beijinhos
luna
Nunca tinha pensado na ausência como um "estar em mim"...
Vou levar este poema comigo, que me diz tanto.....
Beijinho
Multiolhares,
e se a ausência de nós for a ausência do outro?
e há tantas formas de ausência...
Bjkas!!
Amiga Maria,
e não ficamos tantas vezes...tão sós connosco??????
Bjkas!!!
Pois ele há tantas formas de ausência, mesmo em muitas situações em que se está...
Um abraço
José Gonçalves
Amigo José Gonçalves,
e na ausência...procuramos o caminho!!!!
Bjkas!
Fantástico... nunca tinha percebido porque sorrio quando sinto tão profunda ausência.
Bjinhos
Querida NI,
uma APARENTE contradição...não é?????
Bjkas!!!
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