[...] O sol, muito alto ainda, iluminava de crepitações o vale que, selvático, se abria ante o seu olhar que pervagava abstracto, sem distinguir o mato que floria, as pedras que rebrilhavam pardas e cinzentas, os pequenos animais que esvoaçavam, corriam, rastejavam, ou se ficavam suspensos sem temor, fitando a mole imensa e caminhante de cavalo e cavaleiro. No fundo do vale, por entre os renques de choupos e salgueiros, entrecortados estava a chapa metálica e estreita de um rio[...]
in Jorge de Sena, O Físico Prodigioso
3 comentários:
Miguel Torga:
« Rio feliz a ir de encontro ao mar / Desaguar, / E, em largo oceano, eternizar / O seu esplendor torrencial de rio.»
Nós amamos os rios porque temos a mesma natureza deles...
o mesmo Torga também disse:
"Temos todos um rio na lembrança,
E alguns é um rio inteiro a sua vida"
in BIOGRAFIA
Corramos, pois, até desaguar no oceano...
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