Reúno coisas comovidamente;
Da mãe, o xaile azul, do namorado
Um beijo no Relvão, da avó demente,
O anjo que cantava no telhado;
Da ilha, a hora lassa que ao poente
Rendia o mar a um sono nacarado,
De febris coisas, já no Continente,
Num clarão de ametistas, o amado,
Dos meus passos da cruz, as cicatrizes;
Da minha estrela errante outros países;
Do breve encontro, um rosto que se esfuma...
Coisas que em busca da sua ligação
Reúno. Absurda sensação
De as juntar e não ter coisa nenhuma.
Natália Correia,
Sonetos Românticos
Imagem © OCTAVIAN FLORESCU - 1990
14 comentários:
Engraçado que ás vezes tenho essa sensação. Reúno tanto e não tenho nada.
Excelente imagem, parece feita de propósito para o poema.
Bjks
Todos temos milhares de coisas para juntar... com o mesmo resultado final, a mesma sensação absurda.
Só que não o dizemos tão bem como a Natália.
Olá amiga, lindo poema adorei!!!!!!!!!!
Bom fim de semana.
Beijinhos de carinho.
Fernandinha
Amigo papagueno,
mas não desisto de reunir...de guardar!!!!
sou uma "guardadora" compulsiva!!!!
Bjkas!!!!
Amigo Samuel,
as minhas arcas e baús têm de tudo...até palavras de Natália!!!!
Bjkas!!!
Querida Fernandinha,
Um Bom Fim de Semana, Também!!!!
Bjkas!!!
Coisa nenhma que preenche... tudo o que sabemos guardar.
Lindo!
Olhá minha Natalia ;)
viva ela
viva tu!!!
um beijo amiga
Querida Ni,
e tudo GUARDAMOS, sim!!!!
E Guardamos!!!!
Bjkas, amiga!!!
Querida Ad Astra,
a "tua", a "minha", a "nossa"Natália!!!!!
Bjkas, também para ti!!!
Amiga avelaneiraflorida,
Eu também reúno tudo... e fico com um grande tesouro!
:-) Beijinhos
E que TESOUROS,amiga!!!!!
Únicos, imprescindíveis!!!!
Bjkas!!!
Em Natália Correia há um eco de Florbela, ainda. Mas renovado, com mais densidade e riqueza.
Este soneto: uma maravilha! Uma das muitas que ela nos deixou!
Obrigado pela lembrança, Avelã!
Méon,
e enchemos as arcas ...de maravilhas, porque não?????
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