Passavam pelo ar aves repentinas,
O cheiro da terra era fundo e amargo,
E ao longe as cavalgadas do mar largo
Sacudiam nas areias as suas crinas.
Era o céu azul, o campo verde, a terra escura,
Era a carne das árvores elástica e dura,
Eram as gotas de sangue da resina
E as folhas em que a luz se descombina.
Eram os caminhos num ir lento,
Eram as mãos profundas do vento,
Era o livre e luminoso chamamento
Das asas dos espaços fugitiva.
Eram os pinheirais onde o céu poisa,
Era o peso e era a cor de cada coisa,
A sua quietude, secretamente viva,
E a sua exalação afirmativa.
Era a verdade e a força do mar largo,
Cuja voz, quando se quebra, sobe,
Era o regresso sem fim e a claridade
Das praias onde a direito o vento corre.
Sophia de Mello Breyner Andresen,
Paisagem
Imagem(C) Benoitcolsenet-peintures
8 comentários:
Amiga,
Que bom "cheirar" toda esta Natureza logo ao acordar...
Bem escolhido!
:-) Beijinhos
A verdade e a força do mar...
Sophia, sempre.
Que o teu dia D corra bem...
E que belo inicio de manhã...
sim, tens de contr com a nossa diferença horaria.
Sophia, a minha preferida de entre todas a primeira.
Que o resto do dia assim seja...
Um beijo
A Eternamente Sophia e mais um belo poema.
Jinhos mil
Amiga Fátima,
Se pudesse vivia eternamente na natureza viva, colorida...
Longe de cimentos , betões, caras fechadas, tristezas...
Mas como não é possível...fica o sonho!!!!
BJKs
Méon,
Que também o teu dia seja bem inteiro e rico!!!!
COM TODO O AZUL...
UM BOM DIA!!!!!
Amiga AD Astra,
Que OS DIAS sejam assim...
Sophia ajuda ...nós faremos o resto!!!!
UM BOM RESTO DE DIA!!!
BJKS
Maria Clarinda,
Bem Vinda!!!!!
Que os dias sejas de um sereno outono!!!!
Esta porta está sempre aberta...
Volte SEMPRE!!!
BJKs
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