20081009

Um dia depois...



É assim que te quero, amor,

assim, amor, é que eu gosto de ti,

tal como te vestes

e como arranjas

os cabelos e como

a tua boca sorri,

ágil como a água

da fonte sobre as pedras puras,

é assim que te quero, amada,

Ao pão não peço que me ensine,

mas antes que não me falte

em cada dia que passa.

Da luz nada sei, nem donde

vem nem para onde vai,

apenas quero que a luz alumie,

e também não peço à noite explicações,

espero-a e envolve-me,

e assim tu pão e luz

e sombra és.

Chegastes à minha vida

com o que trazias,

feita

de luz e pão e sombra, eu te esperava,

e é assim que preciso de ti,

assim que te amo,

e os que amanhã quiserem ouvir

o que não lhes direi, que o leiam aqui

e retrocedam hoje porque é cedo

para tais argumentos.

Amanhã dar-lhes-emos apenas

uma folha da árvore do nosso amor, uma folha

que há-de cair sobre a terra

como se a tivessem produzido os nosso lábios,

como um beijo caído

das nossas alturas invencíveis

para mostrar o fogo e a ternura

de um amor verdadeiro.

Fotografia (C) Avelaneira Florida

8 comentários:

Joaquim Moedas Duarte disse...

Avelã:

Que a palavra SEMPRE permaneça entre "o fogo e a ternura / de um amor verdadeiro"

Beijo

avelaneiraflorida disse...

Méon,

SEMPRE!!!!!

Beijinho.

Ad astra disse...

este poema é lindo!


Um beijinho

FERNANDINHA & POEMAS disse...

Olá querida Amiga, belo poema, desejo-lhe um bom fim de semana,
beijinhos,
Fernandinha

avelaneiraflorida disse...

Querida AD ASTRA,

tão lindo quanto o SENTIR!

Bjkas!!!!!

avelaneiraflorida disse...

Querida Fernandinha,

Que seja igualmente para si e para os seus!!!!!
Bjkas!!!!

Ema Pires disse...

O grande Pablo Neruda, a essência da poesia.
Lindo. Obrigada por partilhar.
Bjs

avelaneiraflorida disse...

Querida Ema,
uma imensa alegria reencontrá-la nesta mesa!!!!
Sempre BEM-VINDA!!!!!

Bjkas!!!