Dois amantes ditosos fazem um único pão,
uma gota de luar sobre a erva,
ao andar deixam duas sombras que se reúnem,
deixam um único sol vazio numa cama.
De todas as verdades escolheram o dia:
não se ataram com fios mas com um aroma,
e não despedaçam a paz nem as palavras.
A ventura é uma torre transparente.
O ar, o vinho vão com os dois amantes,
a noite oferece-lhes suas pétalas ditosas,
a todos os cravos têm eles direito.
Dois amantes ditosos não têm fim nem morte,
enquanto vivem, nascem e morrem muitas vezes,
têm a eternidade que é da natureza.
Pablo Neruda
in Antologia
Selecção e Tradução de José Bento
Imagem(C) Rudi Klempert
4 comentários:
Pablo Neruda diz tudo o que pertence ao mundo dos amantes ditosos. Versos belíssimos!
Bj
saudades tuas minha amiga...
beijo
Méon,
e como os poetas dizem...
Beijinho.
Querida Ad Astra,
que bom o teu voo por aqui!!!!
bem-vinda, amiga!!!!
Bjkas!
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