Trazia consigo a graça
das fontes quando anoitece.
Era o corpo como um rio
em sereno desafio
com as margens quando desce.
Andava como quem passa
sem ter tempo de parar.
Ervas nasciam dos passos,
cresciam troncos dos braços
quando os erguia no ar.
Sorria como quem dança.
E desfolhava ao dançar
o corpo, que lhe tremia
num ritmo que ele sabia
que os deuses devem usar.
E seguia o seu caminho,
porque era um deus que passava.
Alheio a tudo o que via
enleado na melodia
de uma flauta que tocava.
Eugénio de Andrade
in As Mãos e os Frutos
Imagem(C) Kathleen Noffsinger
13 comentários:
Um poema "enleante" de ritmo,..
A passagem de alguém especial...
Dia bom, Avelã
Méon,
e a partilha dessa passagem!!!!
Dia BOM, também!!!!!
Olá amiga,
Tenho um pequeno desafio para ti no me blogue.
Beijinhos
Um belo poema de Eugénio de Andrade....
Obrigada
Beijos
"num ritmo que ele sabia
que os deuses devem usar"
Exactamente como próprias palavras de Eugénio...
Abreijos
Querida Ema,
"brigados" pela presença...como sempre!!!!
Irei, de bom grado, visitar o teu cantinho.Não apenas pelo desafio mas, e, sobretudo, pelo carinho do teu acolhimento!!!!
Bjkas!!
Querida Maria,
e com as palavras do poeta o dia cresce...
Que seja um bom dia!!!!!
bjkas!!
Amigo Samuel,
e neste ritmo dançamos e cantamos...
Breijkas!!!
Um poema belissimo que eu não conhecia e uma forma muito bonita de terminar um dia que até não foi dos melhores...obrigada!
Crystal,
Bem-vinda a esta Mesa de AMIGOS!!!!
"brigados" pela presença e pelas palavras!!!!
A poesia pode ser sempre uma forma de nos ajudar a enfrentar as coisas menos boas da vida...por isso os poetas no-la deixam...
Que tudo seja melhor nos dias que vierem!!!!
Volte sempre!
bjkas!
Faz-me lembrar uma pessoa que passa por mim todos os dias.
Muito bom! :)
Pepper,
então que continue a passar...e a permitir que os teus olhos fiquem felizes!!!!
bjkas!!!
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