20051009

Primeiras gotas....

Chegaram, enfim!
Orvalhando os sentidos...despertando odores dormentes de tanto esperar!!!
Leves, fugidias.
Acenos envergonhados de uma torrente maior....

A espera,
a espera inquieta sobressalta os rios.



A propósito...


Na curva do rio deixo a alma rasa
Espero a maré cheia quando a maré vaza
Na curva do rio domino a cidade
De dentro da alma excomungo
a saudade
Na curva do rio soturnas as águas
Soletro ansiedade materna das mágoas
Na curva do rio sereno medito
Expulso o passado no silêncio de um grito
Na curva do rio tanto amor se sente
Em esteiros remanso no futuro ausente
Na curva do rio adoço o poema
De amargas azedas e dor de açucena
Na curva do rio indeciso de ser
Se esta dor constante
Se mar até ver
Gil Monteiro,2003

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