20080926

Amaste o voo


Amaste o voo, o infinito, a chave

Invisivel da voz. E foste a própria ave,


Abrindo a cifra, a fronde dos seus medos.

Abrindo a cifra das acesas fráguas.


Lendo a secura triste dos penedos

Completaste o secreto eco das águas.


Seguiste o tocador de instrumentos

Cinzentos, sedentos. Movimentos

De aparições, tremendo ao sol dos ventos,

Contradições de cor e de agonia.


E foste o tocador dos instrumentos

No alvo espaço em cruz dos seus momentos

Teu alvo tempo e alar sabedoria.


Natércia Freire
in Poesia Completa
Imagem (C) Françoise Deberdt

2 comentários:

Joaquim Moedas Duarte disse...

No voo do poema, toda a leveza das palavras que segredam ventos...

Momentos únicos!
Bj

avelaneiraflorida disse...

Méon,

E como Natércia Freire nos faz (re)descobrir todos os segredos!!!!!

Beijinho.