Oh, como se me alonga de ano em ano
A peregrinação cansada minha!
Como se encurta, e como ao fim caminha
Este meu breve e vão discurso humano!
Vai-se gastando a idade e cresce o dano;
Perde-se-me um remédio, que inda tinha;
Se por experiência se adivinha,
Qualquer grande esperança é grande engano.
Corro após este bem que não se alcança;
No meio do caminho me falece;
Mil vezes caio, e perco a confiança.
Quando ele foge, eu tardo e na tardança,
Se os olhos ergo a ver se inda parece,
Da vista se me perde e da esperança.
Luís de Camões
6 comentários:
Este Luís de Camões é Eterno......
... e não é por acaso...
Beijinhos
Querida Maria,
completamente de acordo!!!
Bjkas!!
Amiga avelaneiraflorida,
Luis de Camões.. com as suas eternas palavras! Gostei.
:-) Beijinhos
Grande e eterno Camões!
Bonito soneto. Bonito mas ... escusava de ser eterno como Camões!!
Beijinhos!
Querida Fátima,
Por vezes os poetas apenas se limitam a constatar a realidade!
E Camões fá-lo muito bem!!!!!
Bjkas!!!
Amigo Zé,
Bem vindo a esta Mesa!!!
Luis de Camões VIVEU demais...talvez por isso os seus versos sejam ainda tão claros no nosso dia a dia!
UM BOM DOMINGO!!!!
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